mirante vejo o rio ondular em mangue.
há muito de chuva e um fim pequeno no horizonte,
linha mata, faixa irregular.
e ela se interrompe, no meio há sempre mais rio.
mangue, areia e garças se revezam no meu olhar.
pequeninas e um rio imenso.
o limite entre o céu e a terra é a sua mestiçagem,
entre o mar e as estrelas,
entre o pé e a pena,
a terra e o vôo.
e é nesse vôo que me imenso,
intersecto, garça,
a asa
que bate baixa faz onda,
bate alta
traz as estrelas cadentes.
são nessas penas que me componho,
são nesses horizontes que vertigo,
plano.
é nessa imensidão marrom
que me faço cadente e candente.
são nesses murmúrios que me faço vós.
se lento, escondido e arrisco, me arisco,
são nessas vozes que encontro meu silêncio.
4.2.09
01º 27' S, 48º 30' O
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